SOUNDX

100

St. Vincent: St. Vincent

Quase como uma síndrome de estar cronicamente online, o álbum homônimo de St. Vincent demonstra a continuação de sua epopeia pelo pop e suas influências. Se em Strange Mercy a cantora reproduz seu próprio The Dreaming (Kate Bush, 1982), em St. Vincent suas referências variam de álbuns de art-rock a tendências contemporâneas a sua própria produção dos registros anteriores, com efeitos reverberadores e supressores a seus vocais. Com inserções acerca de sexualidade e ritmo acelerado, a opção por alturas mais baixas contrastadas com o vocal mais alto de Annie Clark revelam uma moderação que permeia a obra da cantora: um desejo pela expressão de seus valores e personalidade aliados à sua melodia e gênio musical. — Alisson Nunes

99

Metá Metá: MetaL MetaL

Grande destaque do Prêmio Multishow de Música Brasileira 2015 e o considerado um dos melhores álbuns de 2016, MetaL MetaL, segundo álbum da emblemática banda paulista Metá Metá, é considerado um excelente trabalho de rock alternativo. Trazendo grandes inspirações na cultura africana e iorubá, a obra arrebata o ouvinte com a sua fortemente carregada produção musical de jazz experimental, interpretação vocal esplendorosa de Juçara Marçal e lirismo extremamente afiado — escrito todo por Marçal, Kiko Dinucci e Thiago França. — Bruno do Nascimento

98

Vampire Weekend: Modern Vampires of the City

“It’s been twenty years and no one’s told the truth”, canta Ezra Koenig na primeira canção da obra-prima do Vampire Weeknd, Modern Vampires of the City. Nos primeiros dois discos da banda, Vampire Weekend, de 2008, e Contra, de 2010, os garotos de Nova Iorque tinham seu olhar direcionado para o amor jovem e problemas em países marginalizados, mas sempre partindo de uma lente posta dentro dos campus da universidade. O terceiro disco deles, Modern Vampires of the City, no entanto, representa um momento de maturidade: eles saem da Universidade de Columbia, atingem uma maturidade e seu principal foco é, justamente, encontrar seu lugar no mundo. Essas são canções que demonstram maturidade por meio da noção da carência desta, enquanto são melódicas e rebeldes. “Don’t wait” é o lema da canção de abertura, uma mensagem para todos os que ainda não fazem ideia de quem são; “Hannah Hunt” é um diário sobre uma musa cinematográfica; e “Ya Hey” é uma mensagem de confronto para Deus (“Through the fire and through the flames / You won’t even say Your name”). Em contraste, “Diane Young” remonta filmes de Godard, ao passo que traça um paralelo com jovens protestantes dos anos 1960. Em meados da última década, diversas bandas surgiram seguindo essa mesma proposta de encontrar esperança e beleza na falta de rumo, mas o Vampire Weekend foi o precursor de tudo isso. — Leonardo Frederico

97

Florence + The Machine: Ceremonials

Lançado em 2011, o segundo disco de Florence + The Machine, Ceremonials, se constitui a partir de uma orquestralidade exímia aliada a toques modernos que tornam seu som sofisticado e diverso. A produção pop, por vezes dançante, consegue mascarar a vulnerabilidade de Welch, que quando aparece, vem exposta por meio de composições diretas, como a faixa de abertura “Only If For a Night”. Outra parte do material é composta por inspirações terceiras, como “Lover to Lover”, além de muitas referências a elementos naturais e correlações humanas, um verdadeiro ecossistema. Mesmo que a composição tenha uma construção poética e reflexiva, sonoramente o álbum se comporta de modo apoteótico. Sua sonoridade ganha força com corais, vocais abertos e uma instrumentação que personifica as letras, assim como grandiosos refrões que viciam instantaneamente com sua suntuosidade. Esses registros e o modo pelo qual se executa uma mistura entre introspectividade e espaços grandiosos, mesclando gêneros diversos, são um bom exemplo de como a música pop pode ser diversa. Além disso, o registro vocal de Florence é um poderoso artifício que garante força a expressividade de suas letras e performances, tanto em Ceremonials, como em outros discos. — Gustavo Rubik

96

Swans: To Be Kind

Todos nós já ouvimos alguma música pesada na vida, entretanto, geralmente, o peso dessas canções vem todo de uma vez, seja com riffs, melodias, ou acordes. Mas, o que aconteceria, se nós pegássemos essa melodia que faz a música ser pesada, e em vez de permitir que ela caia sobre você de uma vez, deixássemos ela — lentamente — progredir, como se estivéssemos a esticando, de uma ponta do universo, até a outra? Se você tem curiosidade de saber como uma monstruosidade dessas soaria, To Be Kind é o seu álbum. O segundo LP da trilogia que Swans lançou no decorrer da década passada vê a banda explorando os limites que o rock pode alcançar, com canções tão grandiosas, tanto em escopo, quanto em duração, e esmagadoras, que o desgaste de ouvi-las, alcança níveis físicos. As músicas, aqui presentes, começam sempre de modo pequeno e inofensivo. Conforme elas progridem, detalhes vão sendo adicionados: uma guitarra aqui, outra ali, aos poucos deixando a faixa mais e mais grandiosa. E esse processo continua, até a canção chegar em um catártico e transcendental pico sonoro, este que é o momento no qual a banda para de impressionar, e começa a assustar: apesar de alcançar esse ápice sonoro, a música não acabou, ela continua crescendo, crescendo e crescendo. Cada vez mais pesada, mais barulhenta, mais sufocante. Soando cada vez mais, como a música do apocalipse. — Matheus Henrique

95

Letrux: Letrux em Noite de Climão

Em 2016, após o encerramento da dupla que formava com Lucas Vasconcellos, o Letuce, a cantora, atriz e escritora Letícia Novaes se inclina para a carreira solo, surgindo com a personalidade Letrux. O primeiro projeto desse novo rumo é uma obra que tende a ficar marcada por um bom tempo como um dos registros mais autênticos e corajosos do pop brasileiro, o Letrux em Noite de Climão. Trabalho este que deu a artista o título de Melhor Disco pelo superjúri do Prêmio Multishow de Música Brasileira de 2017. A cantora, habilidosa com palavras que transbordam expressividade, une a produção de Arthur Braganti e Navalha Carrera para criar um registro recheado de psicodelia eletrônica envolvente. Repleto de variações e experimentações, a sonoridade potencializa as composições, como a guitarra forte que garante corpo a canções como a primeira música “Vai Render” e a seguinte “Ninguém Perguntou Por Você”. Expandindo os horizontes, Novaes se aventura também pelo francês na faixa de abertura, assim como pelo inglês em “Hypnotized” e “5 Years Old”, demonstrando sua universalidade e o traquejo em fazer um álbum ainda soar brasileiro mesmo distante da língua materna. Letrux, com a voz marcante, se dota de uma poderosa interpretação em que cada sentimento é transmitido, desde seus desejos carnais como em “Que Estrago” ou as indecisões amorosas expostas em “Noite Estranha, Geral Sentiu”. Percorrendo seus conflitos, Letícia Novaes tem com a produção de sintetizadores, percussão e cordas, um material memorável que sabe ser disposto, reflexivo e um lampejo para aqueles que pretendem se inspirar em sua autenticidade. — Gustavo Rubik

94

The Weeknd: House of Ballons

House of Balloons é a impressionante mixtape de estreia do talentoso The Weeknd, que mescla gêneros eletrônicos e contemporâneos, como R&B, soul, trip—hop, indie rock e dream pop. A produção do álbum é magistralmente sombria e envolvente, já que, nesse período da carreira do cantor, ele ainda não possuía recursos para trabalhar com diversos produtores renomados. No entanto, a produção mais crua e vulnerável destaca-se de maneira marcante, permitindo que a voz de The Weeknd seja o elemento predominante nesse projeto, com entrega vocal surpreendente e envolvente, sem excessos de processamento ou autotune. Aqui, somos testemunhas da intensidade e da angústia que envolvem Abel, o cantor por trás de The Weeknd. O trabalho resulta em um projeto complexo e extremamente envolvente, em que se é possível sentir toda a dor do artista, seja através de sua voz, de suas letras ou das escolhas de produção. Liricamente, The Weeknd aborda temas como profunda depressão, substâncias viciantes, como drogas, além de sexo e amor tóxico. Embora as letras não sejam exímias em sua escrita, a atmosfera criada por esse álbum contribui significativamente para a exploração desses temas, tornando House of Balloons um dos trabalhos de R&B alternativo mais aclamados e influentes da década de 2010. ー Gerson Monteiro

93

Adele: 21

A era de escrever sobre decepções amorosas sempre chega para os artistas, com Adele não foi diferente. O 21, assim nomeado por conta de sua idade durante a produção do álbum, feito após um término de relacionamento, fala de como lidamos com essa fase, as ansiedades, a raiva, o medo e a questão da perda.

Temos como abertura do álbum a seguinte frase “There’s a fire starting in my heart”, isso já deixa claro todo o cenário que temos para todo o restante do álbum, a frase vem do primeiro single “Rolling in the Deep”, a tensão pelo jeito que ela canta nessa faixa, colocando todos seus sentimentos pra fora de uma forma avassaladora na letra e principalmente na voz, a banda instrumental de fundo com ótimos arranjos, é uma ótima forma para dizer o que ela é capaz de fazer e dominar para atrair todos os olhares para ela. Ainda como singles, tivemos faixas como “Rumour Has It” e “Turning Tables” formando essa primeira trilogia de álbum, o jeito sensível e delicado que ela canta sobre aquela raiva após uma briga, faz você parar para prestar atenção nos mínimos detalhes durante aqueles quatro minutos de cada faixa e sem contar os impecáveis instrumentais com base no soul, blues e pop. 

O álbum se fecha com “Someone like You”, umas de suas faixas mais famosas, a queda naquela recuperação amorosa (“That for me, it isn’t over”) é descrita ao longo de quase cinco minutos. A dor é nítida e melancólica, como se você tivesse passando por tudo aquilo ou como se a conhecesse de forma mais íntima possível, o que torna tão único em tudo que ela fez nesse processo de escrita e produção do 21. — L. Henrique

92

Mahmundi: Mahmundi

O autointitulado álbum de estreia da carioca Marcela Vale, conhecida como Mahmundi, é indubitavelmente um dos registros mais sensíveis e autênticos da MPB da última década. É uma viagem etérea sob influências de R&B, synthpop e pop rock, com arranjos que vão da nostalgia oitentista a hipnotizantes distorções de guitarra, se distanciando sonoramente de outros nomes da música alternativa nacional. Mahmundi é um registro leve e cheio de delicadeza, quase despretensioso, mas com momentos de introspecção e melancolia, nos quais a reminiscência da artista não se perpetua somente na sonoridade das faixas, como também nas letras, as quais a cantora reflete sobre o amor e sobre momentos que ficaram para trás. —Lucas Souza

91

Toby Fox: Undertale Soundtrack

Undertale, jogo de 2015, foi um dos acontecimentos mais especiais da década passada. Com sua forma única e curiosa de contar a própria história e personagens bastante cativantes, como o monstro Sans e o ser humano Frisk, o videogame marcou toda uma geração e cravou seu nome para a história. Porém, uma coisa é certa, tal conquista não teria sido possível se não pela contribuição da sua exímia trilha sonora, Undertale SOUNDTRACK — trabalho capitaneado, unicamente, pelo mesmo criador do jogo, Toby Fox. Tal peça musical trabalha primorosamente as simples batidas de chiptune e sequence & tracker —  subgênero da música eletrônica referente às faixas criadas por softwares para jogos da década de 80 e 90 — enriquecendo toda a experiência com detalhes sonoros de beleza maravilhosa. — Bruno do Nascimento

90

Fleet Foxes: Helplessness Blues

O som de Helplessness Blues poderia ser descrito como “angelical”, mas isso seria ignorar a beleza e a profundidade das melodias e letras, estas que são, no senso mais honesto e sincero da palavra, humanas. Este LP, o segundo da banda Fleet Foxes, é a música do amadurecimento, da realização de que temos uma vida para cuidar, seja ela pessoal, amorosa ou profissional. Mas, apesar de ser tão reflexivo e grandioso, o lirismo de Robin Pecknold nunca soa pretensioso ou cheio de si, muito pelo contrário: o cantor demonstra um nível de honestidade e vulnerabilidade que apenas uma pessoa com total ciência do quão minúscula ela é, em comparação a todo universo, demonstraria. Como ele mesmo já questiona na canção “Blue Spotted Tail”: “Por que a Terra está se movendo em torno do sol? / Flutuando no vácuo sem propósito, nenhum”. Somos apenas pequenos pontinhos flutuando em uma escura imensidão, e mesmo assim, os pontos mais altos de Helplessness Blues, podem atingir o ouvinte com um peso emocional digno de uma inteira galáxia. — Matheus Henrique

89

Mc Tha: Rito de Passá

Mc Tha, em seu primeiro álbum de estúdio intitulado Rito de Passá, demonstra sua notável habilidade artística ao transitar, com destreza, por uma vasta e rica gama de ritmos. Entrelaçando batidas que percorrem múltiplos simbolismos, Tha promove uma experiência auditiva que agrada os ouvintes e os coloca em seu universo artístico. A artista consegue conferir às músicas uma profundidade introspectiva, que flui com uma harmonia singular, permitindo ao público mergulhar em suas reflexões mais íntimas, ao mesmo tempo que se deleita com a magia de sua musicalidade multifacetada. — Brinatti

88

Little Simz: Grey Area

Grey Area é o terceiro álbum de estúdio da rapper britânica Little Simz, lançado em março de 2019. Combinando habilidades líricas e uma produção criativa, o álbum é uma viagem emocional através das perspectivas de Simz, explorando temas como identidade, ambição e relacionamentos. Uma das características mais notáveis no projeto é a habilidade dela em mesclar estilos e gêneros musicais, mantendo-se fiel à sua essência como rapper. As faixas variam desde momentos mais introspectivos e melódicos, até batidas e vocais mais acelerados. A produção diversificada contribui na criação de uma dinâmica em que a artista estabelece imediatamente uma postura destemida, usando seu fluxo ritmado para entregar letras que reivindicam seu espaço no mundo do hip-hop, reafirmando a sua autenticidade. A vulnerabilidade também é evidente em suas músicas, como em “Selfish”, na qual Simz mergulha em questões pessoais e sentimentos conflitantes se abrindo sobre seus medos e anseios, humanizando sua figura pública. — Brinatti

87

Beyoncé: HOMECOMING: THE LIVE ALBUM

Para vários artistas, a performance é um dos pilares que sustentam o seu fazer artístico. É ali onde a criatividade flui para o seu estado máximo, todos os seus talentos estão confluindo em uníssono e a conexão com o público se estabelece. Beyoncé construiu uma carreira sólida, cheia de sucessos comerciais, impacto cultural imensurável e, na década de 2010, estava determinada a elevar a sua discografia ao status de excelência quando lançou a trinca 4 (2011), BEYONCÉ (2013) e Lemonade (2016), os seus melhores álbuns até então. A esse ponto, ela já era uma lenda, e suas performances foram decisivas para tal. Como uma das maiores vocalistas que o mainstream já ouviu, ela evoluiu diante do público unindo seus vocais poderosos, dotados de técnica e alcance, com coreografias febris e meticulosas e uma presença de palco absurda, carregadas de criatividade e perfeccionismo. E é daqui que Beyoncé dá o seu próximo passo.

Em 2018, Coachella recebia Beyoncé, mas ninguém estava realmente preparado para o que estava por vir. Em dois fins de semana, o público presenciou um show histórico de quase duas horas da primeira mulher negra como headliner do festival.  O espetáculo contou com três blocos, mais de quarenta músicas, figurinos exclusivos assinados pela Balmain, mais de 100 dançarinos, uma orquestra, banda de fanfarra, a banda Suga Mama e a própria, mais afiada e imponente do que nunca. O conceito da apresentação partiu das festas de homecoming das HBCUs (Faculdades e Universidades Historicamente Negras) estadunidenses, em que a artista faz uma verdadeira ode à história e cultura dessas instituições e da sua importância para o povo preto, transformando o palco numa verdadeira celebração. Ali, ela estava homenageando a sua própria carreira, passeando por todas as suas etapas, mas também honrando a sua comunidade, incluindo samples e covers de diversos expoentes da música negra. A percepção do público sobre shows em festivais e apresentações ao vivo mudou para sempre, enquanto Beyoncé servia um espetáculo em sua completude, abalando todas as estruturas.

Seja pela entrada poderosa de Beyoncé como Nefertiti, a icônica performance de “Crazy in Love”, o break dance de “Everybody Mad” ou as presenças ilustres de Jay-Z, Kelly Rowland, Michelle Williams e Solange, o intitulado “Beychella” causou impacto imediato e reverberou durante todo o ano — gerando, também, diversas versões piratas da transmissão original do Coachella, tanto em áudio como vídeo. Em abril de 2019, o documentário “Homecoming” foi lançado pela Netflix, em que o show na íntegra se misturava com os bastidores, e a dimensão daquela apresentação finalmente pôde ser entendida. No mesmo dia, o álbum ao vivo também chegou e tirou a dúvida que restava: o frisson não era apenas visual e toda a energia vitalizante continua presente. Ouvir o show completo, apenas com os ouvidos, é ter a certeza que, antes de tudo, a alma estava na música. É, de fato, a maior performance contemporânea da história da indústria fonográfica, e somos os sortudos que puderam vivenciar todos os seus desdobramentos. — Felipe Ferreira

86

Ariana Grande: thank u, next

thank u, next teve um impacto significativo na carreira de Ariana Grande e na indústria musical como um todo. Com sua abordagem honesta e vulnerável, o álbum ressoou profundamente em milhões de fãs ao redor do mundo, especialmente considerando as tragédias que a artista enfrentou, como a trágica morte de seu ex-namorado Mac Miller por overdose e o terrível bombardeio em seu concerto em Manchester. Esses eventos dolorosos trouxeram uma intensidade e profundidade ainda maior às letras pessoais e emocionais, proporcionando um senso de identificação poderoso para aqueles que atravessaram momentos difíceis em suas próprias vidas. Ao compartilhar suas vivências de amor, perda e crescimento, Ariana criou um trabalho catártico que atravessa as barreiras da fama e se conecta diretamente com as experiências pessoais de seus ouvintes. O projeto se tornou um marco em sua carreira, solidificando sua reputação como uma das maiores vozes e uma das principais super estrelas pop da década. ー Gerson Monteiro

85

LOONA / ODD EYE CIRCLE: Max & Match

Antes mesmo do LOONA fazer sua estreia, Kim Lip, JinSoul e Choerry, em uma jornada de revelar cada integrante do grupo, lançaram um dos álbuns mais pertinentes da história do K-Pop, Max & Match. Nesse registro, a produção usufruiu das influências de gêneros eletrônicos — principalmente o future bass — de maneira fenomenal, além de apresentar refrões bastante cativantes que intensificaram ainda mais o caráter memorável do registro. Faixas como “Girl Front” tornaram-se um chamariz por quão criativas eram e por seus ganchos pegajosos, enquanto “LOONATIC” misturou electropop de ODD EYE CIRCLE com elementos do shoegaze em uma das canções mais singulares no cenário da indústria fonográfica coreana. Outro ponto em que a obra destaca-se é nas performances das meninas: por mais que elas não tenham os melhores vocais do k-pop, eles soam bem aliciantes e caem como uma luva na atmosfera das canções, especialmente em “Uncover”. Esse disco não apenas ganha ênfase por explorar vertentes da música eletrônica de maneira excitante, como também, por ser um excelente prefácio ao que viria a ser LOONA, introduzindo abordagens sonoras que se tornariam essenciais na discografia do grupo da Blockberry Creative. — Bowii Lima e Davi Bittencourt

84

Baco Exu do Blues: Esú

Esú é um poderoso manifesto que explora a busca pela transformação pessoal. Com profundidade e intensidade, o projeto aborda a religiosidade, conflitos e relações pessoais, além de refletir a experiência de vida de Baco. As letras são carregadas de significado, e é evidente a inspiração em diferentes referências, como o grupo Nação Zumbi e sua obra marcante, Da Lama Ao Caos, bem como a influência literária de Jorge Amado, notada em faixas como “Capitães de Areia”. Baco Exu do Blues mergulha nas raízes culturais brasileiras, expondo sua alma artística com brilhante sutileza. — Brinatti

83

Billie Eilish: WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO?

Vencedor do Grammy de “Álbum do Ano”, When We All Fall Asleep, Where Do We Go? é um dos discos de estreia mais impactantes da década.  A jovem Billie Eilish, na época com 17 anos, junto ao seu irmão Finneas O’Connel como produtor, criaram tal disco em que Eilish descreve como são seus sonhos e pesadelos. Perpassando por problemas como ansiedade, drogas, decepções amorosas, suicídio e depressão de forma muito madura, a artista usou e abusou de referências, como, por exemplo, a música “you should me see in a crown” que o título vem uma frase dita pelo vilão Jim Moriarty da série “Sherlock Holmes”, ou então o nome da faixa “Ilomilo” que remete a um jogo de mesmo nome, cujos personagens são Ilo e Milo. Eilish entregou muita identidade artística, desde o conceito até as letras.  Sua estética sombria e obscura combinaram com Eilish, que por si só mostraram a grande artista que estava se apresentando ao mundo, cheia de potencial e com um nome forte para ser uma das maiores dessa nova geração. — Lucas Lima

82

Angel Olsen: All Mirrors

Inspirado pelas bandas Everything But The Girl e Orbital, influentes grupos musicais da cena eletrônica do Reino Unido, James Thomas Smith — Jamie xx — elaborou o seu primeiro álbum de estúdio, In Colour. Almejando fazer o seu registro soar atemporal, James se afastou de qualquer tendência em alta na época e focou apenas em exprimir todos os seus sentimentos através de suas canções, procurando fazer com que suas canções soassem tão boas e únicas que poderiam ser referentes a qualquer tempo, tanto do passado quanto futuro. Tendo isso em mente, o musicista conseguiu atingir o seu objetivo e mostrou todo o seu talento nato para música, dando origem a uma das obras mais importantes do UK Bass. — Bruno do Nascimento

81

Jamie xx: In Colour

Inspirado pelas bandas Everything But The Girl e Orbital, influentes grupos musicais da cena eletrônica do Reino Unido, James Thomas Smith — Jamie xx — elaborou o seu primeiro álbum de estúdio, In Colour. Almejando fazer o seu registro soar atemporal, James se afastou de qualquer tendência em alta na época e focou apenas em exprimir todos os seus sentimentos através de suas canções, procurando fazer com que suas canções soassem tão boas e únicas que poderiam ser referentes a qualquer tempo, tanto do passado quanto futuro. Tendo isso em mente, o musicista conseguiu atingir o seu objetivo e mostrou todo o seu talento nato para música, dando origem a uma das obras mais importantes do UK Bass. — Bruno do Nascimento

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