Ava Max despontou na indústria com seu hit “Sweet But Psycho” e seu cabelo partido ao meio do lado direito. Apesar das notáveis comparações — algo que parece inevitável dentro da indústria da música —, Max nunca fez questão de aproveitar-se do discurso que a taxava como a “nova Gaga”. Ela queria ser apenas ela mesma. Heaven & Hell, seu álbum de estreia, não obteve devida atenção para além dos singles pré-lançados. E não é por menos: este era um disco tépido, sem qualquer característica que o fizesse saltar-lhe os olhos e que pretendia-se ser um tanto elaborado, um lado Heaven e outro Hell. A verdade é que essa separação só existe na cabeça de quem inventou. O LP é todo uma única massa amorfa, cujo lado mais pertinente seria definitivamente o inferno.

Felizmente, Ava retorna aos holofotes com Diamonds & Dancefloors, uma peça sofisticada de puro pop. Essa é a beleza dele: não há nada tão conceitual ou teorético sobre isso. Mas, durante noites taciturnas e drenantes, Max decidiu sonhar acordada e libertar-se o corpo para um tempo de diversão nas pistas de dança, envolvida por tudo aquilo que reluz: “All that I ask for / Diamonds & Dancefloors”. Após tantos problemas com sua gravadora, que a impediu de lançar este álbum na primeira data anunciada, além de ter permitido que os fãs que compraram o disco na pré-venda o recebessem antes do lançamento oficial; bom, parecem quase óbvios os motivos que faz da música o maior anseio de Max. “I miss the music surrounding me”, ela canta como se estivesse sendo privada de sua própria arte. De forma geral, “Diamonds & Dancefloors” é apenas um corte de seu extremamente bem-humorado segundo álbum de estúdio. Se algo pode ser dito em defesa desta canção e deste álbum, Cyndi Lauper já o fez em 1983: garotas só querem se divertir.