WILLOW, a artista que ficou conhecida pelo seu sucesso “Whip My Hair”, decide mudar de caminho em seu quarto álbum, deixando de lado sua sonoridade pop alternativa, que estava presente em seus outros álbuns, e tentando o punk, um gênero que está em alta nos últimos tempos, com artistas como Olivia Rodrigo trazendo ele para os primeiros lugares das paradas. Porém, a filha de Will Smith consegue entregar algo mais interessante do que grande parte desses outros cantores, sendo Lately I Feel EVERYTHING um dos maiores destaques entre os álbuns que tentam trazer o gênero para o centro dos holofotes.
A produção se destaca bastante. Mesmo sendo formada quase que apenas por baterias, guitarras e alguns sintetizadores, o álbum consegue se manter interessante e sustentar apenas com orgânicos. Tyler Cole realiza um ótimo trabalho aqui produzindo grande parte do álbum de sua parceira de duo, apesar do maior destaque de produção ficar com o baterista da banda Blink-182, Travis Barker, em “Transparent Soul” sendo uma faixa com uma produção cheia de elementos singulares.
Ademais, suas letras são algo que também deve ser destacado com grande parte das músicas trazendo composições fortes como “Don’t SAVE ME”, que mostra cantora pedindo para que não ajudem ela com seus problemas, pois ela deve enfrentá-los sozinha para que consiga ficar mais forte. “Gotta fight my own battles to get stronger, I just say: Don’t save me”, ela canta. Outro destaque é “Lipstick”, em que ela fala sobre suas dores e sentimentos. Ela canta: “I never wanted to just suffer inside / Hurt don’t heal when I’m always tryna hide”. “And I’m looking at pain like my old close friend”, ela completa depois.
Todavia, nem tudo aqui são flores. “F**K YOU” é péssima. Durante toda a faixa, que dura menos de um minuto, fico me perguntando como ela pensou que seria uma boa ideia concretizar uma música como essa, onde os vocais são apenas ela gritando de forma extremamente irritante, e a produção é mal sedimentada e relativamente bagunçada. Além disso, algumas outras músicas são muito curtas. Hoje em dia é comum as músicas terem uma duração relativamente baixa, mas aqui ela poderia ter feito elas maiores. Isso faz com que essas faixas passem a sensação de que algo está faltando, como, por exemplo, uma ponte, que ia solucionar esse problema. Seus vocais também não são tão bons, sendo essa uma das coisas que mais carecem de brilho no disco. Uma das poucas faixas em que os vocais se destacam é “naïve”, que apesar de não ser nada de extraordinário, consegue manter vocais bons. Porém, apesar dos problemas, o novo projeto de Willow Smith consegue ser um bom e divertido álbum pop-punk.