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TRUSTFALL

2023 •

RCA

5.7
Apesar das boas intenções, P!nk não salva “TRUSTFALL” do completo marasmo.
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TRUSTFALL

2023 •

RCA

5.7
Apesar das boas intenções, P!nk não salva “TRUSTFALL” do completo marasmo.
08/03/2023

Dona de uma extensa discografia e de hits que embalaram meados dos anos 2000 e o começo da década passada, P!nk tem uma trajetória de bastante longevidade na música. Não necessariamente por sempre colocar singles nas paradas de sucesso, mas muito devido a sua lucratividade fazendo shows mundo afora. A mais recente turnê da artista, Beautiful Trauma World Tour, é um claro exemplo disto. Apesar disso, seus discos lançados no período em questão, Beautiful Trauma e Hurts 2B Human, tiveram recepções mistas tanto por parte do público quanto da crítica. Quatro anos depois de seu último registro, a norte-americana está de volta com TRUSTFALL, seu nono álbum de estúdio. 

Antes do lançamento, P!nk foi enfática ao dizer que se tratava de seu melhor trabalho até então. Segundo ela, ter tido mais tempo para a concepção do projeto foi o grande diferencial. Além disso, acontecimentos devastadores em sua vida pessoal, como a morte de seu pai e o adoecimento dos filhos durante a pandemia, influenciaram consideravelmente nas composições do disco. 

Ao longo de 13 faixas e pouco mais de 40 minutos, a cantora mescla a introspecção com o escapismo, mistura que se fez presente em muitos registros mainstream dos últimos anos. Mas, o que distancia TRUSTFALL de um Sweetener, de Ariana Grande, ou até mesmo de um folklore, de Taylor Swift, é sobretudo a falta de brilho. É um registro opaco, sem vida, onde quase nada consegue se sobressair. Da primeira à última música, o marasmo assume o protagonismo da obra. Dessa forma, torna-se difícil até mesmo se lembrar dos piores momentos do projeto. Tanto as baladas adulto-contemporâneas quanto as canções de maior apelo pop soam aquém dos anos de glória da carreira de P!nk. 

Apesar da apatia predominar o disco quase que em sua totalidade, há duas músicas que se destacam positivamente. A primeira é “When I Get There”, um momento bonito e sensível que reflete a saudade que a artista sente de seu pai. Embalada em uma produção clichê, mas cativante. I think of you when I think about forever, canta ela. A outra é a faixa-título, um electropop bastante prazeroso de ouvir e que remete de maneira imediata a algo que Robyn faria. Os destaques, todavia, acabam aqui, nos primeiros minutos do álbum. 

Por sua vez, o pior que a lista de faixas tem a oferecer é “Hate Me”, um synthpop pouco inspirado com uma letra ligeiramente constrangedora. Além de soar desconexa do restante do registro, é uma das músicas mais questionáveis lançadas por P!nk nos últimos anos. Poderia, sem sombra de dúvidas, ter ficado de fora. Arrisco dizer que nem mesmo Ava Max seria cativada pela canção.

TRUSTFALL não é ruim o suficiente para desagradar os fãs da artista ou se tornar uma mancha muito significativa em sua discografia. No entanto, é no mínimo curioso que um álbum que demorou tanto tempo para ser feito possa ter tido um resultado tão anêmico. Não duvido que P!nk, com toda a sua presença e seu carisma, consiga elevar as canções do disco a uma experiência melhor quando for sair em turnê. Mas, isso não significa que a cantora tenha muito a dizer neste novo capítulo de sua carreira.

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