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"Love On"

2024 •

Interscope

“Love On” é uma escolha segura para dar o pontapé inicial na nova era de Selena Gomez, mas não é nada marcante.
Selena Gomez - Love On

"Love On"

2024 •

Interscope

“Love On” é uma escolha segura para dar o pontapé inicial na nova era de Selena Gomez, mas não é nada marcante.
23/02/2024

Já fazem quatro anos desde que Selena Gomez lançou seu último disco, Rare (2020). Nesse meio tempo, a cantora voltou os olhares para outras áreas do entretenimento: de apresentadora de um programa de culinária que virou franquia internacional à protagonista de um seriado que já se encaminha para a quarta temporada, Selena chegou a contracenar com Meryl Streep e encontrou sucesso como empreendedora de sua própria marca de cosméticos. A música, portanto, ficou em segundo plano, sendo Revelación (2021) — um EP no qual ela buscava se reconectar com suas raízes latinas — e uma participação no hit “Calm Down”, do nigeriano Rema, suas únicas grandes apostas nesse período. 

Agora, “Love On” chega como o suposto carro chefe de seu próximo e, talvez, último álbum de estúdio, ainda sem nome ou data de lançamento. A faixa é co-assinada por sua parceira de composição de longa data Julia Michaels, e isso fica óbvio já de cara: os versos falados, uma clara referência a “Bad Liar”, têm aquela aura de singer-songwriter indie que se acha muito inteligente por conseguir criar uma rima que não seja o clássico “bad, mad, sad”, mas que só passa vergonha no final das contas (“Why are we conversing over this steak tartare / When we could be somewhere other than here / Making out in the back of a car?”). A performance de Gomez também não ajuda; em uma canção que deveria funcionar como um flerte instigante, a intérprete soa desanimada e pouco convincente.

Na produção, o grupo The Monsters & Strangerz, que já trabalhou com Selena em “Vulnerable” e “My Mind & Me”, replica as fórmulas do disco-revival que fez-se tendência no início dessa década, mas que já soa demasiado batido e previsível — na esperança de se firmar como um hit romântico para as pistas de dança à la “Levitating”, de Dua Lipa, ou “Kiss Me More”, de Doja Cat, “Love On” chega mais perto de um descarte de Sabrina Carpenter. É uma escolha segura e extremamente comercial para um lead single, certamente divertida dentro de suas limitações, mas nem um pouco marcante, como boa parte dos lançamentos de Selena desde 2017, quando “Bad Liar” e “Fetish” indicavam uma direção artística promissora que não foi totalmente aproveitada. “Wait ‘til I turn my love on”, ela canta no refrão, mas parece que essa espera está durando uma eternidade.

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